Droga K2 chega ao Brasil e alerta autoridades

Droga K2 chega ao Brasil e alerta autoridades
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Uma droga que já é conhecida há alguns anos tem acendido o alerta em autoridades brasileiras em virtude dos primeiros relatos em grandes cidades do País. A substância K2, uma espécie de maconha sintética, conhecida ainda por outros 30 nomes, provoca danos como “efeito zumbi”, com força sobre-humana e resistência a dor, ansiedade, agitação, pânico e propensão à violência. No Rio Grande do Norte, autoridades policiais e de saúde ainda não atenderam casos ligados à droga, mas temem a chegada do entorpecente no Estado.

“Não identificamos a droga aqui no RN. A apresentação dela dificulta a identificação do produto. A Denarc não apreendeu nem identificou o uso dessa substância aqui em Natal, mas isso não quer dizer que não exista”, disse o delegado Marcuse Cabral, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos de Natal (Denarc).

A K2, também conhecida por K2, K9, Spice, Space, Zen, Crazy Monkey, entre outros nomes, é uma mistura de produtos químicos industriais com moléculas sintéticas de THC (canabonoides sintéticos) que são pulverizados sobre qualquer erva seca, como chás, por exemplo.

As drogas geralmente são distribuídas em misturas de ervas, especiarias (por isso o nome, Spice) ou materiais vegetais rasgados e pulverizados com os produtos químicos semelhantes ao THC. A droga é posta em saquinhos e envolta em pacotes brilhantes e coloridos, para chamar a atenção. Os químicos utilizados são modificados constantemente. De acordo com o Instituto Nacional de Abuso de Drogas dos Estados Unidos, as consequências são imprevisíveis.

De acordo com o delegado titular da Delegacia Especializada em Narcóticos de Natal (Denarc), Marcuse Cabral, essa é uma das questões que dificulta o rastreio da droga. Pelo fato dela ser sintética, sua distribuição é facilitada por não exigir grandes quantidades de droga. O preço também é algo que chama a atenção, segundo Marcuse, podendo ser adquirida por quantias mínimas, como R$ 5.

“Nossas apreensões aqui são volumosas, a K2 e suas denominações, são vendidas em saquinhos, com quantidades ínfimas. A forma que eles fazem é algo que realmente dá para disfarçar. A K2, em sua utilização clássica, são folhas secas, de incenso, capim, ervas, com o canabidiol sintetizado, o THC líquido e pulveriza nessas plantas. Ela não tem cheiro de maconha, nem aspecto, e os efeitos são muitos severos” explica.

As formas de uso da droga também dificultam a fiscalização. Podendo ser enrolada em pequenos cigarros, ou cachimbos e até cigarros eletrônicos, alguns usuários chegam ainda a inalar seus vapores ou consumir de forma líquida. Ainda de acordo com Marcuse, a droga tem chamado a atenção pelos seus efeitos nos usuários. “Essa droga tem um efeito que a literatura chama de efeito zumbi, pessoas perambulando em calçadas, com corpo entorpecido, convulsões, sudorese e os efeitos se prolongam por várias horas. É possível identificar que se acha o sachê do K2 por R$ 5. É barato. Alguns usuários em São Paulo relataram que muitos estão substituindo o crack pelo K2: o efeito é maior, a propensão ao vício é maior e é tão barata, além de pode ser utilizada de diversas formas”, acrescenta.

Segundo Tiago Dutra Fonseca, promotor do MP-SP, a droga ajuda organizações criminosas a financiarem outros crimes.

“Como dentre as características dela está a apresentação em selo ou papel, de forma inodora, podendo ser fracionada em milhares de micropontos, isso traz consigo um atrativo muito grande para o crime organizado – seja em relação à essa logística, seja em relação ao lucro que ela proporciona. Nós descobrimos através da apreensão de documentos que há a existência de toda uma estrutura formal de controle, caixa e movimentação financeira específica e nominal a essa droga, que é utilizada como fonte de financiamento e enriquecimento de organizações criminosas para a prática de outros crimes, para lavagem de dinheiro”, disse o promotor em entrevista à TV Globo.

Droga é 85x mais potente que maconha

A droga K2 já possui relatos de sua existência há alguns anos em outros países. Em julho de 2016, chamou a atenção o caso em que dezenas de pessoas entraram em colapso numa calçada no Brooklyn, em Nova York, nos Estados Unidos, durante cerca de 11 horas.

Em 2018, um novo caso também nos Estados Unidos chamou atenção. Foram pelo menos 76 vítimas de uma overdose ligadas a um suposto lote de maconha sintética em New Haven, Connecticut. Os usuários estavam num parque, perto da Universidade de Yale, e começaram a passar mal Nenhuma morte foi registrada.  Os sintomas foram variados. Muitas vítimas perderam a consciência, disseram autoridades. Outras vomitaram. Algumas apenas ficaram enjoadas ou letárgicas.

Um novo estudo publicado mostrou a droga é 85 vezes mais potente do que a maconha natural. A análise foi feita por pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, publicada na revista científica “The New England Journal of Medicine”. No estudo, Roy Gerona, professor assistente do laboratório de toxicologia clínica e biomonitoramento ambiental,  analisou um pacote encontrado no local com o nome de “AK-47 24 Karat Gold”, além de amostras de sangue e urina de oito pacientes.

Tribuna do Norte


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djaildo

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