Jean Paul Prates é o nome de Lula para comandar a Petrobras
Há ainda no PT um reconhecimento do gesto político do senador, que abriu mão de disputar a reeleição para o Senado, em nome da aliança no Rio Grande do Norte, em torno da busca de novo mandato para a atual governadora, Fátima Bezerra. Prates era suplente de Fátima Bezerra e assumiu a vaga quando ela foi eleita para o cargo.
Na costura, em vez de disputar o Senado, Prates deverá ser suplente de Carlos Eduardo Alves (PDT), em uma ampla aliança no estado, que une, além do PDT de Ciro Gomes, o MDB de Simone Tebet. Fátima terá o emedebista Valter Alves, filho do ex-ministro Garibaldi Alves (MDB), como candidato a vice.
A possível indicação ao comando da empresa petrolífera é conhecida nos bastidores da campanha. O núcleo duro de Lula, no entanto, evita falar em nomes. “Vamos primeiro ganhar as eleições”, diz o coordenador do programa de governo, ex-ministro Aloizio Mercadante, presidente da Fundação Perseu Abramo.
Prates, por sua vez, também evita se colocar como o nome para o comando da estatal. No entanto, tem se dedicado a estudar ainda mais o assunto e participado da elaboração do plano para o setor energético.
“Aval de Lula”
Entre petistas ouvidos pelo Metrópoles, Jean Paul Prates é dado como “nome certo” para assumir uma “estatal do ramo energético”. Os movimentos do senador também apontam no mesmo sentido. Em fevereiro deste ano, quando tentava construir no Senado um acordo para a aprovação do projeto que criava um fundo de amortização para o preço dos combustíveis, o senador levou seu relatório para avaliação de Lula.
Na ocasião, Prates conseguiu o aval do líder petista para o texto, que funcionava como um remédio emergencial para o preço da gasolina – na época, o litro já batia os R$ 8, em média. O relatório, no entanto, ainda está parado no Senado.
Estratégia para o setor
A orientação de Lula ao senador, no entanto, foi além do antídoto para o preço dolarizado votado pelo Senado. O ex-presidente quer recuperar o caráter estratégico da estatal, focar investimentos na construção de retomadas de refinarias para que a empresa passe a beneficiar o petróleo no país, diminuindo a dependência do mercado internacional e suas oscilações.
Na época, participaram do encontro, ocorrido em São Paulo, a ex-presidente Dilma Rousseff, a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o ex-senador Aloisio Mercadante, e o ex-presidente da estatal Sérgio Gabrielli, que também tem ajudado a construir a proposta que será encampada pelo petista em relação à estatal.
Quem é Jean Paul Prates?
Prates não é novato na área de petróleo. Pelo contrário. Ele participou da assessoria jurídica da Petrobras Internacional (Braspetro), no fim da década de 1980, e, em 1991 fundou a primeira consultoria brasileira especializada no setor.
O senador, antes de assumir a vaga no parlamento, atuou como consultor do Ministério das Minas e Energia e da Agência Nacional de Petrópoleo (ANP). Sua atuação foi na elaboração de diversos instrumentos regulatórios e portarias referentes ao mercado de gás, e livre acesso à logística e combustíveis.
Ele também dirigiu duas empresas de consultoria: uma na área de petróleo/gás (RJ), outra nas áreas de energia renovável e meio ambiente (RN).
Fonte: Metrópoles