Seminário discute crianças e adolescentes LGBTIA+ nas escolas

Seminário discute crianças e adolescentes LGBTIA+ nas escolas
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A rede de atenção e capacitação para cuidados para crianças e adolescentes LGBTI+ foi tema de um seminário promovido pelo Centro de Cidadania LGBT de Natal. O evento foi alusivo aos dois anos da criação do espaço e discutiu como escolas, saúde e rede pública podem atender esse público. Evento teve a participação de professores, gestores, assistentes sociais e pesquisadores.

Seminário lançou cartilha com apanhado de legislação e dicas para profissionais

“Nosso objetivo é tratar de uma temática cara para os direitos humanos a respeito de crianças e adolescentes LGBTIA+ em todos os espaços sociocupacionais que elas estão, na escola, na política de assistência social, saúde, nas famílias. É caro porque é uma temática porque a sociedade se refuta a discutir, invibiliza essas pessoas e isso traz para elas um adoecimento psiquico, sofrimento social visto que elas são impedidas de acessarem direitos fundamentais”, comenta a coordenadora técnica do Centro LGBTI+ de Natal, Luana Soares.
“No momento em que esse tema não é discutido e nós temos escolas que não abraçam essa temática e não promovem a diversidade e não acolhem as crianças e adolescentes LGBTs, essas instituições expulsam essas pessoas de lá. São pessoas que sofre o bullyng, que não é só a piada, é resultado de uma opressão, nesse caso a violência LGBT”, acrescentou a coordenadora.
De acordo com o coordenador geral do Centro, Sérgio Cabral, o evento também faz parte de uma recomendação do Ministério Público do RN de promover debates e momentos de capacitação de servidores para questões ligadas a crianças e adolescentes.
“Nossa ideia maior é capacitar nossa rede para acolher essas crianças e adolescentes que chegam nas unidades, seja escolas, saúde, num CRAS, CREAs. Enquanto gestão municipal, estamos atendendo a uma recomendação da promotoria da criança e adolescente. Estamos executando esse acordo para fazer essa formação”  acrescenta, informando ainda que já há demanda no Centro LGBT de crianças e adolescentes que chegam por meio de instituições e outros espaços.
Durante o evento, que também foi fruto de um trabalho de estágio supervisionado de alunos de Serviço Social e parceria com a UFRN, foi lançada uma cartilha com orientações e conceitos sobre a temática LGBT, com legislações, dicas de atuação profissional, sugestões de filmes e literaturas além de trazer um organograma com a rede de proteção à crianças e adolescentes em Natal.
O debate contou ainda com a participação de uma mãe que contou experiências e vivências de ter um filho trans e com interlocutores da Secretaria de Educação, Assistência Social e Direitos Humanos.
Vereadora critica 
O seminário foi criticado em plenário por uma vereadora de Natal, Camila Araújo (União Brasil) que disse que “isso aqui é um ataque direto a inocência das crianças. Crianças não namora”, afirmou.
“Quero trazer minha fala de repúdio a um evento como este e fazer um questionamento: quando se promove um fórum para se debater esse tipo de diversidade, querendo promover um debate para capacitar pessoas adultas para identificar crianças LGBTI+, é o mesmo que você estar instigando, incentivando a sexualização, a adultização e erotização precoce das crianças” declarou a vereadora em Plenário.
O vídeo foi publicado pela própria parlamentar em suas redes sociais.  “Um absurdo, um desfavor, um ataque direto à inocência das crianças e que compromete décadas de trabalho em prol da não-sexualização precoce de crianças e adolescentes”, escreveu a vereadora.
“Eu sou defensora da inocência das crianças. Me posiciono em defesa delas, por lutar e defender por muitos anos, mais de uma década, pelos direitos das criança e adolescente. Sou cristã conservadora, defendo a inocência e isto aqui é um ataque direto. Criança não namora. Se o tema é para dizer que crianças deste público existem, como se vai descobrir isso,  se você não vai estar instigando a erotização dessa criança? Afinal, o que identifica uma criança ter feito uma escolha, uma opção para este público é ela sentir o desejo sexual por outra criança do mesmo sexo. Como isso será feito se não for instigando a sexualização desta criança?”, questionou.
A coordenadora da atividade e do Centro LGBTI+ de Natal, Luana Soares, concorda que “criança não namora” e disse que “sobre a Vereadora, falei sobre a importância do acesso ao debate da educação sexual, mas também sobre os direitos humanos e, principalmente, as legislações elementares da nossa constituição, a exemplo do ECA. Como protetora e Defensora das crianças e adolescentes da cidade, é importante o mínimo contato com o embasamento legal para respaldar a atuação. Crime é invizibilizar essa temática e a existência da diversidade humana”, disse.


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djaildo

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